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Sobre Juventude Rural
Agricultura familiar e juventude no Semiárido, um mundo de significados 
Antonio Gomes Barbosa 
Sociólogo, Coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas – P1+2, 
da Articulação no Semiárido Brasileiro - ASA

O presente texto tem como objeto, uma  leitura, ainda que breve, da construção social e histórica da juventude no meio rural, em especial, da juventude rural no Semiárido, suas nuanças, meios de produzir riquezas e os muitos sujeitos que se encontram e se confrontam neste espaço. A análise prioriza os significados simbólicos de ser jovem neste universo controverso de singularidades e pluralidades. 
A opção foi fazer a leitura a partir da combinação de dois lugares, o rural, organizado em dois grandes modelos: o tradicional, historicamente construído, e o convencional, também conhecido como agricultura “moderna”; e o Semiárido, olhado a partir das relações de poder que se estabelecem, tendo como pano de fundo a negação da identidade, o não direito à sucessão, e o êxodo, situação agravada quando o olhar parte das relações de gênero e geração. Como alternativa, o texto visibiliza o movimento da juventude no princípio dialético da negação da negação e na formação de novos significados.
A agricultura é a forma mais antiga de interferência de homens e mulheres na natureza, ela é a responsável por uma das mudanças mais significativa na história do comportamento humano, sair da condição de nômades para a de sedentários. Este movimento possibilitou o estabelecimento de novas relações sociais, a construção de conhecimentos, o acúmulo de bens e a formação do Estado. Pode-se afirmar que a agricultura é/foi a principal responsável pela existência humana nos moldes atuais.
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O Meio Ambiente e o Semiárido Brasileiro
Alexandre Henrique Bezerra Pires, Biólogo, 
Mestre em Extensão Rural e Desenvolvimento Local/UFRPE
Coordenador Geral do Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá
As construções sociais que formataram a visão predominante na sociedade sobre o meio rural brasileiro, e especialmente sobre o povo que vive no meio rural do semiárido, imprimiram uma lente através da qual a miséria, a fome, o atraso e a falta de conhecimentos se fizeram as marcas predominantes. Homens, mulheres, velhos, crianças e jovens, foram subjugados a viver numa realidade imposta por regiões de maior poder econômico e político, pela ausência total ou parcial de políticas que contribuíssem para o desenvolvimento local de forma sustentada.
No entanto, há de se reconhecer que essa construção não ocorreu sob total consentimento por parte dos povos do interior do Brasil, quando estão presentes em todo o território, e no semiárido de forma especial, as várias expressões de resistência à uma forma dominante de desenvolvimento provocadora de exclusão, dependência e opressão, patrocinada por aqueles que detêm o poder político e econômico.
Nesse sentido, faz-se necessário nesse texto evidenciar não essas formas de controle social, mas aquelas que se formaram numa estratégia de resistência e liberdade. Experiências e iniciativas que ao longo dos tempos mostram uma força viva e latente nos povos do semiárido brasileiro, capaz de se reconstruir a cada novo desafio, e de se reafirmar enquanto sujeitos a cada percepção de oportunidades. Experiências que mobilizam a partir das necessidades, mas, sobretudo a partir dos sonhos e desejos de uma vida com mais dignidade, com oportunidades e reafirmação de modos de vida, heterogêneos pela própria natureza e formação dos diversos mundos rurais existentes no interior do país.
No entanto me cabe aqui falar de alguns aspectos que juntos constituem o meio ambiente do semiárido no Brasil. No entanto é importante destacar que não me sinto capaz de dissertar sobre o ambiente natural sem articulá-lo as várias dimensões socioculturais que o compõe ou que é influenciado pelo mesmo.
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A Juventude rural no Brasil hoje
Elisa Guaraná de Castro
Antropóloga – Professora da UFRRJ

Pensar a juventude rural brasileira hoje é um grande desafio. Em primeiro lugar implica enfrentar a questão: o mundo rural está acabando? Segundo os jovens rurais que hoje buscam sua visibilidade para a sociedade brasileira: não! Uma segunda questão é de quem estamos falando quando o assunto é juventude rural? Para respondermos a essa pergunta temos que rever conceitos e ouvir o que esses jovens estão dizendo. Quando o assunto é juventude é comum que associemos à juventude urbana. Mas, temos jovens que vivem outras realidades e que tem buscado sua visibilidade e o reconhecimento de suas especificidades, mas também de sua condição jovem como qualquer jovem da cidade.
Hoje podemos afirmar que a juventude aparece como um ator importante no cenário nacional. Jovens das grunge, funkeiros, emos, skatistas, grafiteiros, ribeirinhos, agricultores familiares, indígenas, quilombolas, sambistas, dos subúrbios e das médias comunidades urbanas, das periferias das grandes metrópolis... trabalhadores e/ou estudantes rurais e urbanos.... desempregados ou sustentados por suas famílias... solteiros, casados, heterossexuais, homossesexuais... vemos muitas caras e identidades que hoje se assumem jovens e que assim se organizam socialmente, culturalmente, politicamente. Essa contribuição retoma a discussão de juventude rural apontando questões que podem nortear o debate. Em primeiro lugar é retomado o debate sobre o conceito de juventude, em seguida o conceito de juventude rural e as condições da juventude rural hoje. Por fim, o texto aborda possíveis questões geradoras que podem contribuir para um mergulho na realidade desses jovens hoje.
Leia o texto na íntegra aqui.